
Afinal, o que é atacarejo? Saiba o que é essa nova tendência no mercado brasileiro!
O que é atacarejo? Já ouviu falar? Também conhecida como Cash and Carry, essa modalidade inovadora de comércio híbrido alia as duas formas mais tradicionais de venda: o atacado e o varejo. Mas como assim?
O atacado é caracterizado pelas compras em grandes quantidades, sendo direcionado para revendedores. É aquele hortifrúti, a padaria e o mercadinho do bairro, por exemplo. Já o varejo se refere à revenda desses pequenos comerciantes ao consumidor final, em pequenas quantidades.
A união entre esses dois conceitos tem se tornado uma tendência importante para ampliar o público de indústrias e produtores. Por isso, neste artigo você vai entender melhor como funciona essa modalidade e como o agricultor pode se beneficiar disso!
O que é atacarejo e como foi o seu surgimento?
O nome já diz tudo: atacarejo é união dos dois conceitos, atacado e varejo. Nesse modelo de negócios, o produtor vende tanto para o pequeno varejista quanto diretamente para o consumidor final. A vantagem para o usuário é que ele consegue obter os produtos na mesma fonte do revendedor, com o mesmo preço, contanto que compre em uma quantidade mínima definida.
Esse conceito surgiu na Alemanha e não é recente. Em 1964, o professor Dr. Otto Beisheim abriu seu primeiro comércio de Cash and Carry na cidade de Mülheim. A Ideia era dar a possibilidade de o consumidor comprar o produto e levá-lo sem precisar da intermediação de um revendedor, o que elevaria os preços da negociação.
Ele tem algumas características próprias que o diferencia do modelo tradicional, garantindo vantagens e desvantagens.
Menor preço
O atacarejo fornece preços mais baixos para se manter competitivo. Uma vez que sua estrutura é mais simples e dispensa a intermediação para chegar ao consumidor final, evitando custos adicionais com impostos e transporte, ele garante preços mais interessantes do que os apresentados pelos supermercados convencionais.
Menor mix de produtos
A ideia do atacarejo é dar mais vantagem para o cliente comprar em grandes quantidades. Se por um lado o preço fica mais em conta, não há a possibilidade de alcançar variedade, visto que serão mais produtos da mesma marca e tipo. Eles estão dispostos em pacotes ou caixas de grande dimensão.
Dois preços para o mesmo produto
Na prateleira, o cliente terá duas opções de preços. O menor valor é para a compra em grandes quantidades (atacado), e o maior preço é destinado para compras de unidades (varejo).
Grande quantidade de vendas
Para conseguir lucrar vendendo a preços tão baixos, o atacarejo investe na venda em grandes quantidades. Assim, é possível aumentar seu ticket médio e compensar os preços baixos.
Como foi a chegada do conceito ao Brasil?
Antes de chegar ao Brasil, a tendência atingiu os Estados Unidos na década de 70, quando entrou nesse mercado a família Walton, dona da rede Walmart, considerada hoje a maior rede de varejo do mundo. Ela foi a responsável por padronizar e regular esse modelo de negociação.
Inspirada no Walmart, a rede atacadista holandesa Makro estabeleceu o Cash and Carry, ou atacarejo, aqui no Brasil, em 1972. A ideia era cortar ao máximo os custos que fossem além do lucro direto pela venda ao consumidor. Assim, o monopólio estava formado. Mas não durou muito. Outras gigantes do varejo começaram a montar suas próprias linhas de atacarejo aqui no Brasil:
- Carrefour e Atacadão;
- Walmart e Maxxi;
- Pão de Açúcar e Assai.
Apesar disso, o mercado ainda tem espaço para redes menores, como é o caso do Spani Atacadista, com lojas em Minas e no Rio de Janeiro, o Atakarejo, no Nordeste, e a rede Roldão, em São Paulo. Será que o modelo deu certo? Como está a situação hoje? É o que você vai ver agora!
Como o atacarejo está hoje no Brasil?
O mercado do atacarejo prossegue a todo o vapor. Segundo dados da Nielsen divulgados pelo Estadão, em 2016, 46,4% dos brasileiros tinham o atacarejo como principal modalidade de compra e, desde 2015, o formato já havia superado as vendas dos hipermercados convencionais. Hoje, esse percentual já está em 60%. Foi um crescimento de quase 20 pontos em 3 anos.
De acordo com dados da mesma consultoria publicados na InfoMoney, em 2018, o atacarejo cresceu 12,8%, contra uma queda de 6,4% dos hipermercados.
Assim, o crescimento do Cash and Carry continua, mas tende a se estabilizar nos próximos anos. Em épocas de crise, o modelo experimentou um grande crescimento, pois o consumidor buscava sempre preços mais competitivos como uma forma de economizar. Agora que já experimentou as vantagens do atacarejo, ele não quer voltar atrás.
Por isso, mesmo hipermercados tradicionais têm aberto espaço em suas dependências para novos modelos de negócios e já tentam experimentar vendas no formato Cash and Carry. Mas como fica o agricultor em meio a esse mercado?
Existe um futuro promissor para os agricultores?
A economia tem se estabilizado aos poucos. Mas como revelaram os dados apresentados pela Nielsen, os hipermercados tiveram seus resultados reduzidos, porque a maior parte dos consumidores preferiram fazer suas compras em redes de atacarejo. Um dos segmentos responsáveis pelo aumento do Cash and Carry foi o de alimentos.
Saber disso é muito vantajoso para o agricultor. Esse é um modelo de negócios que ajuda a empresa a crescer de forma sustentável. Afinal, o atacarejo une o melhor dos dois mundos: atende ao consumidor que deseja a conveniência de prezar pela variedade e acessibilidade, e ao cliente que deseja comprar maiores quantidades, seja para consumo próprio, seja para revenda.
O grande desafio do agricultor é lidar com a durabilidade dos produtos, uma vez que muitas vezes trabalha com itens de alta perecibilidade, reduzindo sua capacidade de estoque. Assim, itens não perecíveis ou com maior durabilidade devem ser priorizados.
Estratégias para aumentar a durabilidade dos itens vendidos pelo produtor rural incluem a produção de doces, polpas e outros tipos de industrialização que permitem ampliar o tempo de prateleira.
Para fazer o negócio crescer e se manter competitivo no mercado, é necessário que o agricultor seja criativo e fique atento às principais tendências do mercado. Esses novos modelos permitem que o empreendedor seja mais produtivo e amplie sua margem de lucro, que garante um desenvolvimento sustentável.
O que achou do nosso artigo? Entendeu o que é atacarejo e vai adotar essa estratégia? Compartilhe sua opinião conosco nos comentários!