
Ferrugem do café: como realizar o monitoramento?
Considerada uma das doenças que mais demanda atenção na cafeicultura, a ferrugem do café pode trazer uma série de prejuízos para o agricultor, como a perda da produtividade e da qualidade dos grãos, comprometendo tanto a safra atual quanto a seguinte.
Em razão disso, é importante conhecer detalhes sobre a doença, entender como ela surge, os danos que pode causar e como adotar boas práticas de monitoramento e prevenção. Neste artigo, apresentamos informações relevantes sobre o tema. Confira!
O que é ferrugem do café?
A ferrugem do café uma doença causada por um fungo da espécie Hemileia vastatrix que ataca o cafeeiro e pode causar danos consideráveis à produção.
Entre as várias doenças que podem prejudicar um cafeeiro, ela é considerada uma das mais importantes. Por isso, demanda uma atenção especial com relação ao controle e ao monitoramento.
Quais os sintomas da ferrugem no cafeeiro?
Um dos grandes desafios enfrentados pelos produtores rurais está relacionado ao fato de que é difícil perceber alterações aparentes na planta no início da infestação do fungo. Em geral, o problema só é identificado após algum tempo, quando o Hemileia vastatrix já está em fase de reprodução e esporulação.
É quando as manchas começam a surgir e a doença já causou danos à plantação que a maioria dos produtores percebe o real cenário. Confira, a seguir, alguns dos principais sintomas da ferrugem do café que devem ser observados:
- manchas de coloração amarelo-alaranjada na face inferior da folha;
- manchas cloróticas — podem ser vistas quando as folhas são colocadas contra a luz;
- surgimento de massa pulverulenta sobre a mancha;
- necrose de partes do tecido foliar.
Condições que favorecem o surgimento da ferrugem do café
Existem algumas condições que podem favorecer o surgimento da ferrugem. Em ambientes nos quais essas condições se apresentam, a atenção deve ser redobrada.
Por exemplo, em locais e épocas do ano em que existe alta umidade e calor, as chances de desenvolvimento da ferrugem são maiores. Em geral, de novembro a dezembro é um período crítico, sendo que as manchas cloróticas tendem a surgir a partir de janeiro.
O microclima das lavouras adensadas também demanda uma atenção especial, na medida em que esse ambiente é mais propício ao desenvolvimento do fungo. Outro aspecto que chama atenção é que as plantas com alta carga de frutos tendem a ser mais suscetíveis à doença.
Quais os danos da ferrugem no cafeeiro?
A ferrugem do café pode trazer uma série de prejuízos para o produtor rural, impactando diretamente a colheita.
O fungo causa a desfolha, refletindo diretamente na produtividade do cafeeiro, já que as folhas são essenciais para a produção de energia por meio da fotossíntese — processo necessário para o desenvolvimento da planta e a formação dos frutos. A doença ainda afeta a qualidade dos frutos, podendo resultar em grãos menores, menos densos e com menor teor de cafeína.
No entanto, os efeitos da ferrugem do cafeeiro não se limitam à safra atual. A doença também compromete a produção na safra seguinte. Isso acontece porque a desfolha severa enfraquece a planta, dificultando sua recuperação e o desenvolvimento de novos ramos e folhas, essenciais para a floração e a frutificação no próximo ano.
Somado a isso, o fungo pode sobreviver nos restos vegetais do cafeeiro infectado, servindo como fonte de inóculo para novas infecções na próxima safra.
Como realizar o monitoramento da ferrugem na lavoura de café?
Os danos causados pela ferrugem do café geram um impacto econômico significativo para os cafeicultores. Perdas na produção, aliadas a custos com o controle de doenças, resultam em gastos consideráveis, acompanhados da redução de lucros.
Para minimizar os riscos e aumentar a segurança da sua produção, é recomendado investir em um monitoramento contínuo da lavoura de café. Tão importante quanto investir na escolha de equipamentos de excelência para a colheita é adotar ações de manutenção da sua produção.
Assim, o manejo de controle contra a doença deve ser preventivo, feito por meio de defensivos agrícolas com ação fungicida à base de cobre, estrobilurina e moléculas de triazol.
A aplicação deve ser realizada nos meses de novembro a abril. A frequência e o tipo de produto a ser utilizado devem ser analisados à luz das particularidades da sua plantação, considerando histórico e condições de chuva.
É recomendado buscar o suporte de um engenheiro agrônomo para a escolha do defensivo e da frequência de aplicação. De forma geral, as orientações incluem um manejo com aplicação de fungicida cúprico em novembro e a aplicação de triazol e estrobilurina em dezembro e janeiro. As condições externas e as particularidades de cada ambiente podem demandar a repetição das aplicações nos meses seguintes.
Além disso, para monitorar a lavoura e acompanhar o eventual surgimento de ferrugem, é recomendado dividi-la em talhões uniformes, caminhando pelas linhas aleatoriamente e coletando de cinco a dez folhas por planta.
Remova as folhas localizadas no terço médio da planta e colete entre 100 e 300 folhas por talhão. Analise as amostras e calcule a incidência aplicando a seguinte fórmula:
Incidência de ferrugem de café = número de folhas com ferrugem/ número total de folhas x 100.
Nesse cálculo, um percentual de até 5% é considerado dentro do nível de controle. Percentuais superiores demandam ações especiais.
Lavoura contaminada
Caso a lavoura de café já esteja contaminada, é recomendado aplicar um fungicida. Geralmente, os mais utilizados são aqueles com ação mais rápida, como o triazol. Contudo, é importante que você avalie junto a um engenheiro agrônomo quais são as necessidades e indicações mais adequadas para a sua produção.
Como você pode ver, a ferrugem no café é uma situação que demanda atenção redobrada e monitoramento constante por parte do produtor rural. Somado a isso, investir em agricultura de precisão e escolher bons equipamentos pode fazer toda a diferença na gestão e na produtividade do seu cafeeiro.
Lembre-se de sempre considerar as particularidades da sua plantação, as condições ambientais e as expectativas de produção. Com boas práticas, conhecimento e suporte tecnológico, é possível melhorar os resultados, reduzir perdas e ampliar as oportunidades do seu negócio.
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