Variedades tolerantes e resistentes: saiba qual é a diferença

Existem vários herbicidas, inseticidas, fungicidas e outras técnicas que podem ser usadas no controle biológico ou de pragas, mas não é sempre que se pode evitar completamente o surgimento de doenças e pragas. Para garantir a longevidade das plantas e melhorar a produção rural, é fundamental que os profissionais da área conheçam a diferença entre variedades tolerantes e resistentes.

Tolerância e resistência são termos que enfatizam a intensidade e o rendimento da produção das plantas enquanto elas estão infectadas. Para que você entenda mais sobre o assunto, trouxemos este material, que explica melhor sobre as variedades tolerantes, resistentes e as diferenças entre elas. Acompanhe!

Variedades tolerantes

Tolerância consiste na capacidade das plantas de suportar uma doença sem perdas consideráveis na qualidade ou produtividade. Imagine que uma planta seja infectada por um fungo, bactéria, vírus, nematoide ou outro patógeno, caso ela não sofra quedas impactantes no seu potencial produtivo, pode-se dizer que se trata de uma variedade tolerante às doenças.

Plantas podem tolerar infecções de variadas formas, com o aumento da concentração de clorofila ou mudança do tamanho das falhas, modificação no número de ramos, período que as folhas infectadas ficam aderidas à planta, entre outras.

Ressalta-se que outros termos ligados à tolerância que você precisa saber são a incidência e severidade. O primeiro é a medida de intensidade da doença, que geralmente é aferida pela porcentagem de plantas que foram infectadas em uma área. Quanto à severidade, ela trata da porcentagem do tecido vegetal que foi afetado pelo patógeno.

Variedades resistentes

Resistência é a capacidade de uma variedade ou espécie de reduzir a ação de um patógeno. Ou seja, a capacidade da planta de retardar, suprimir ou prevenir a ação da praga ou sua entrada na planta.

Há vários graus que representam diferentes tipos de imunidades, diminuição do tamanho de lesões, minimização da capacidade de multiplicação de patógeno ou da quantidade de gerações em um ciclo, extensão de período de incubação — o faz com que surgimento da doença demore mais —, entre outros.

É interessante saber que espécies vegetais (como tomate, soja, milho, trigo, batata e outros) são completamente resistentes à maior parte dos fitopatógenos.

Além disso, também há dois tipos de resistência que você precisa conhecer:

  • não hospedeira: a planta pertence a um grupo taxonômico que é naturalmente imune ao patógeno;
  • verdadeira: a planta tem genes que resistem contra o patógeno. Essa resistência é geneticamente controlada e é uma qualidade herdável das plantas.

Quais são alguns exemplos das variedades?

Um exemplo de variedade tolerante é a soja Xtend, que foi comercializada em 2016 e é tolerante ao dicamba. Outra é a soja tolerante à colina 2,4-D, comercializada anteriormente à estação de crescimento de 2019.

Quanto à resistência, podemos citar a terceira geração da Intacta (da Bayer), que também será resistente a maior cobertura de lagartas, pois agora apresenta resistência também à spodopteras cosmioides e helicoverpa armigera.

Qual a diferença entre elas?

Resumidamente, tolerância é a habilidade da planta de conviver com o patógeno, sendo uma convivência pacífica. Já a resistência é a habilidade da planta de limitar a carga do patógeno, o que significa que ele briga com o patógeno para eliminar ou limitar a carga viral.

Para utilizar esses conceitos, primeiro é necessário verificar quais doenças são mais comuns em cada clima, condições de terra e solo. Após, estude quais tipos de cultivares são mais resistentes a certos patógenos.

Na maioria das situações se avalia a resistência, não a tolerância. Caso haja necessidade de medir a tolerância, você deve comparar cultivares umas às outras com mesmo potencial produtivo e sob mesma intensidade de doença.

O tratamento industrial de sementes é uma alternativa mais interessante para quem planta em maior escala, pois elas passam por melhoramentos em laboratório para aumentar a tolerância contra algumas doenças.

Profissionais do ramo devem saber utilizar os conceitos de variedades tolerantes e resistentes de forma inteligente para maximizar sua produção e, consequentemente, seus lucros. Mas não se esqueça que outros elementos também são fundamentais para produção, como bons inseticidas, fertilizantes e, principalmente, equipamentos de qualidade.

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