
Tendências da agricultura do futuro: conheça as principais
O agronegócio está passando por rápidas e significativas mudanças, com grande impacto no Brasil. Nesse cenário, para um planejamento estratégico sobre as iniciativas relacionadas à ciência, tecnologia e inovação, é preciso ficar atento às tendências da agricultura no futuro e aos seus impactos.
Essas transformações funcionam como um guia para os produtores, a fim de auxiliar na identificação de pontos de referência e, consequentemente, na tomada de decisões embasadas. Isso pode incluir a identificação de equipamentos com alta demanda, comportamentos do consumidor que impactam a produção ou mercados em expansão que representam oportunidades de negócios.
Muitas iniciativas já estão sendo tomadas nesse sentido e a proposta deste post é apresentar as principais modernizações para a década, o que esperar e os parâmetros desafiadores desse setor que prometem revolucionar os processos envolvidos no agronegócio do Brasil e do mundo. Confira!
O que esperar do futuro da agricultura brasileira?
No contexto atual, a agricultura vem desempenhando um papel de destaque, com o Brasil emergindo como uma grande força.
Como exemplo, em 2022, o setor agrícola encerrou o ano com números impressionantes de exportações, atingindo a marca de US$ 159,1 bilhões. Isso representa um crescimento de 32% em relação a 2021, de acordo com informações do Governo Federal compiladas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Além disso, o segmento alcançou um superávit recorde na história, totalizando US$ 141,8 bilhões.
Ainda, uma equipe de pesquisadores da Embrapa, com Édson Bolfe liderando a área de informática agropecuária, elaborou o documento intitulado “Visão 2030: O Futuro da Agricultura Brasileira“. Esse estudo identificou sete tendências de grande impacto para o setor agrícola, que abrangem:
- transformações socioeconômicas e espaciais;
- intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção;
- variações climáticas;
- desafios e riscos na agricultura;
- valorização nas cadeias produtivas;
- crescente influência dos consumidores;
- convergência de tecnologia e conhecimento na agricultura.
Nesse sentido, a ciência, a tecnologia e a inovação continuam sendo os alicerces do progresso na agricultura do Brasil, conforme explicado por Bolfe. “Estamos lidando com um cenário em que a população cresce em número, envelhece e tem mais recursos para adquirir alimentos. Diante de restrições legais na expansão da produção, o país tem direcionado seus esforços para a busca de tecnologias que aprimorem a produtividade em áreas já existentes,” afirma o pesquisador da Embrapa.
Quais as tendências para o futuro da agricultura brasileira?
O avanço da tecnologia desempenhará um papel crucial na busca por maior disponibilidade de alimentos, segurança, sustentabilidade e evolução das ferramentas agrícolas. Abaixo, veja algumas das atuais tendências da agricultura brasileira para o futuro que podemos destacar.
Máquinas autônomas
A automatização de processos, tão comum em diversas áreas de atuação empresarial, ganha cada vez mais espaço, sendo destaque como uma tendência da agricultura no futuro. Com o objetivo de otimizar o desempenho e proporcionar economia logística para empresários rurais, companhias de diversas partes do mundo estão investindo na construção de equipamentos autônomos, aptos a trazer para o campo maior produtividade e qualidade nas operações.
Bons exemplos são os equipamentos sem cabine, guiados por sinal de GPS e controlados por meio de computadores, tablets ou smartphones. Quando fortalecerem sua operação — o que deve acontecer nos próximos anos —, máquinas como essas, que têm capacidade para executar as mesmas tarefas de tratores convencionais, reduzirão a necessidade de mão de obra qualificada e aumentarão a produtividade nos campos.
Inteligência artificial (IA)
A IA é a tendência da agricultura no futuro que trabalhará em conjunto com softwares agrícolas para entregar um resultado cada vez mais otimizado para o produtor, no sentido de coleta, análise e comunicação de dados do campo de maneira didática e precisa, por meio de relatórios minuciosos. Isso, por sua vez, desempenha um papel crucial na tomada de decisões em diversas esferas relacionadas à agricultura.
A utilidade dessa ferramenta é tão abrangente que abarca aspectos administrativos, gestão fiscal, recursos humanos, maquinário, planejamento, manejo da produção agrícola, informações meteorológicas e até mesmo fixação de preços.
Emprego de drones
Já pensou na possibilidade de conseguir acompanhar cada centímetro de uma plantação com facilidade? Essa é a principal prerrogativa do emprego de drones no âmbito da agricultura.
Os drones permitem aos agricultores uma visão aérea das plantações e oferecem uma perspectiva mais abrangente, com informações que anteriormente eram de difícil acesso ou simplesmente estavam indisponíveis.
Sem essa tecnologia, o monitoramento preciso da área plantada está condicionado a um alto investimento — de tempo e dinheiro — por parte de gestores e produtores.
Além disso, a implementação dessa ferramenta é mais simples do que parece, pois envolve apenas três etapas: a realização de voos de mapeamento com drones, o processamento das imagens resultantes e, por fim, a análise dos dados gerados.
Adicionalmente, é possível empregar ortomosaicos e curvas de nível em diversas aplicações, especialmente:
- uso de defensivos agrícolas;
- controle de ervas daninhas;
- implementação de terraços;
- avaliação da saúde das culturas;
- monitoramento das áreas de plantio.
Sensoriamento remoto
A aplicação do sensoriamento remoto é uma tendência da agricultura no futuro que está causando uma verdadeira revolução no setor. Afinal, ela redefinirá a maneira como os agricultores elaboram, supervisionam e administram suas operações.
Por meio da utilização de sensores e imagens adquiridas por meio de satélites, drones e estações terrestres, esse recurso disponibiliza acesso a informações de alto valor.
Por exemplo, a tecnologia oferece dados precisos sobre o progresso das culturas ao longo do ciclo de crescimento. Com a análise do índice de vegetação obtido por meio de imagens de satélite, os produtores podem monitorar o desenvolvimento das culturas, detectar eventuais problemas e implementar ações corretivas para otimizar a produtividade.
Agricultura de precisão
Se precisássemos resumir todos os tópicos abordados neste post em um único item, não restariam dúvidas quanto ao termo utilizado: agricultura de precisão (AP). Esse conceito abrangente e multidisciplinar reúne um conjunto de técnicas voltadas para o gerenciamento agrícola que não mudam apenas o jeito de produzir insumos, mas a maneira de pensar sobre o assunto.
Basicamente, a AP consiste em proporcionar conectividades que auxiliam os agricultores a compreender melhor o solo, com o objetivo de otimizar o retorno financeiro e reduzir o impacto ambiental. Ela combina dispositivos tecnológicos, maquinaria agrícola e sistemas de informações geoespaciais.
No entanto, como a AP evoluirá com as novas tecnologias? A resposta é simples: ela se tornará ainda mais eficiente, e seus resultados serão ainda mais escaláveis. A integração desses novos recursos proporcionará uma visão renovada sobre o cultivo, permitindo a coleta de dados mais precisos. Isso, por sua vez, tornará os resultados da produção no campo muito mais previsíveis e consistentes.
Big Data
O termo “Big Data” é utilizado para descrever um vasto conjunto de informações de natureza extremamente diversa que compõem a esfera de negócios. O aspecto mais crucial não é a quantidade de dados em si, mas, sim, o que se faz com essas informações.
O seu uso tem sido integrado com sucesso na agricultura de precisão, que proporciona um fluxo mais eficiente de informações e análises ágeis e eficazes, além de contribuir para medidas mais embasadas e estratégias mais sólidas.
A viabilidade dessa tecnologia na Agricultura 4.0 é resultado dos avanços em conexões sem fio e tecnologia 5G. O Big Data facilita a troca de informações, tornando os agricultores mais ágeis e assertivos na tomada de decisões.
Maior compromisso com a sustentabilidade
É simplesmente impossível falar sobre as tendências da agricultura no futuro sem abordar a questão da sustentabilidade. Centros de pesquisa do Brasil e do mundo estão investindo na busca por métodos produtivos cada vez mais ecológicos, já que, com uma desordenada exploração de recursos naturais, a riqueza do patrimônio ambiental mundial tende a ser colocada em risco.
Diversas ferramentas vêm sendo desenvolvidas em prol da sustentabilidade nas plantações. Uma delas é o sistema de controle automático bico a bico de pulverização, que ajuda a reduzir a sobreposição e as falhas na aplicação de defensivos agrícolas, para menores desperdícios.
O sistema funciona a partir do acionamento automático do comando eletrônico do pulverizador, que dá início à atividade assim que o equipamento entra na área a ser tratada, paralisando o funcionamento quando sai do talhão ou passa por onde já houve aplicação.
Aumento do uso de Manejo Integrado (MIP)
Frente aos desafios e à busca por uma produção mais eficiente, lucrativa e ambientalmente sustentável, é imprescindível a adoção de estratégias específicas.
Nesse contexto, a implementação do Manejo Integrado de Pragas (MIP) se destacará como uma abordagem direcionada, ajudando a evitar problemas relacionados à resistência das pragas, um fenômeno em crescimento devido ao uso excessivo de defensivos químicos nas culturas.
O MIP é uma tendência da agricultura no futuro que oferece uma série de benefícios, incluindo a manutenção da produtividade no agronegócio e a redução da dependência de fitossanitários, uma vez que esses produtos são empregados apenas nas áreas onde a infestação de pragas atinge níveis críticos.
Além disso, ele possibilita estratégias mais abrangentes, que podem ser categorizadas em:
- controle biológico: engloba a utilização de inimigos naturais, como predadores, parasitas e patógenos, com o objetivo de diminuir a população de insetos-praga;
- controle cultural: envolve a aplicação de práticas agrícolas destinadas a reduzir a ocorrência de pragas, como a seleção adequada da época de plantio e a eliminação de plantas hospedeiras alternativas;
- controle comportamental: é uma abordagem que utiliza substâncias capazes de modificar a fisiologia das pragas, como feromônios;
- controle genético: consiste na alteração do genoma dos insetos para modificar sua capacidade reprodutiva, conhecida como Técnica do Inseto Estéril (TIE);
- controle varietal: baseia-se na utilização de cultivos resistentes a pragas específicas, alcançados por meio de métodos de melhoramento genético;
- controle químico: envolve a aplicação de defensivos químicos por meio de diversas técnicas que visam à redução e, em alguns casos, à erradicação das pragas.
Como será a aplicação da tecnologia na agricultura?
No futuro, a perspectiva é que o Brasil conte com produtos com padrões de qualidade superiores e preços mais estáveis. No entanto, é fundamental investir na capacitação dos pequenos agricultores e dos seus colaboradores, bem como das pessoas ligadas à agricultura familiar.
Nessa conjuntura, organizações especializadas em análise de dados ganharão uma presença crescente no setor agrícola. A coleta contínua e abundante de informações do campo possibilitará um aumento significativo na qualidade e na quantidade da produção. No entanto, o nosso país ainda está em processo de implementação desse tipo de tecnologia.
Segundo o relatório Global Farmers Insights, de 2022, a América do Norte e a Europa estão na liderança na adoção de novas tecnologias agrícolas, enquanto o Brasil lidera na incorporação de biológicos em suas práticas de produção.
Para que você tenha uma ideia, o aumento na utilização de produtos biológicos na agricultura e no combate a pragas trouxe uma revolução na abordagem à proteção das colheitas. A biotecnologia se vale de organismos vivos ou seus derivados para o controle de pragas e doenças nas plantações, eliminando a necessidade de utilizar substâncias químicas que, no passado, eram amplamente empregadas.
Os produtos biológicos se destacam por suas vantagens ambientais, representando uma alternativa sustentável aos tradicionais defensivos e fertilizantes, bem como a outros produtos agroquímicos. Nesse contexto, o Brasil está com grande destaque na adoção dessas práticas na agricultura, sendo a Koppert referência no assunto.
Como se preparar para as mudanças na agricultura?
A melhor estratégia é usufruir da combinação da tecnologia e startups no agronegócio. Desde a agricultura de precisão até as operações de compra e distribuição online, essas inovações têm capacitado os agricultores a alcançar níveis superiores de produtividade, eficiência e rentabilidade.
À medida que a tecnologia continua a avançar, podemos antecipar progressos contínuos no setor do agronegócio, consolidando ainda mais a posição do Brasil como um ator de grande relevância no cenário agrícola global.
Inclusive, com o objetivo de auxiliar o produtor rural da melhor forma na integração das novidades tecnológicas, desenvolvemos a Jacto Next: a divisão de serviços de Agricultura 4.0 da Jacto, que oferece um conjunto abrangente de soluções desenvolvidas para a completa digitalização das operações agrícolas.
Com tudo em um só lugar, a Jacto Next disponibiliza as melhores ferramentas para o monitoramento das propriedades agrícolas no contexto da Agricultura 4.0, em que tecnologias de alto desempenho convergem com práticas de gestão eficaz.
Dessa forma, o seu propósito é simplificar a adoção das inovações por meio de sua plataforma EKOS, criada para estabelecer conexões entre agricultores, sistemas de informação, dispositivos, ecossistemas empresariais e pessoas.
Em suma, a tendência da agricultura no futuro é que a tecnologia deixe de ser um método opcional, que apenas complementa técnicas já existentes, para se consolidar como uma nova forma de gestão, pois tem potencial para transformar a cultura da produção agrícola e atingir níveis de otimização dos processos nunca antes imaginados!
Gostou do nosso post e quer saber mais sobre as principais inovações para o setor? Então, conheça as linhas de produtos da Jacto e os demais lançamentos!
15/09/2017 às 23:02
Interessante.
12/02/2020 às 16:38
As informações são muito preciosas,e acredito sim que, a tecnologia tem nos ajudado a fazer do Brasil um campeão em produtividade. Obrigado Jacto.
12/02/2020 às 16:34
Srs, apesar dos avanços associados a mecanizaçao do campo, com maquinas cada vez mais eficientes de colheita, percebo que a dimensao de talhoes, limitados por valas de drenagem em suas bordas, tem sido um grande obstaculo a se obter a maxima produtividade da mecanizaçao. Perde-se muito tempo e combustivel, por exemplo na fase de colheita, para se contornar tais talhoes. Ha disponibilidade de algum aplicativo que analise e defina a dimensao ideal de talhoes em dunçao da capacidade de produçao de cada tipo de maquina? Ou aplicativo que dimensione sistema drenante e de irrigacao subsuperficial que possa eliminar as valas abertas entre talhoes?
12/02/2020 às 16:35
Srs, apesar dos avanços associados a mecanizaçao do campo, com maquinas cada vez mais eficientes de colheita, percebo que a dimensao de talhoes, limitados por valas de drenagem em suas bordas, tem sido um grande obstaculo a se obter a maxima produtividade da mecanizaçao. Perde-se muito tempo e combustivel, por exemplo na fase de colheita, para se contornar tais talhoes. Ha disponibilidade de algum aplicativo que analise e defina a dimensao ideal de talhoes em dunçao da capacidade de produçao de cada tipo de maquina? Ou aplicativo que dimensione sistema drenante e de irrigacao subsuperficial que possa eliminar as valas abertas entre talhoes? No aguardo.
18/08/2020 às 18:35
Barbosa,
Desconheçamos algum tipo de Aplicativo disponível com essas funcionalidade apontadas.
16/02/2020 às 18:19
Parabéns pelos pontos citados que serão de suma importância, potencial tem só é preciso dedicação e conhecimento.