
Como será o novo modelo de negócio agrícola? Descubra!
Para atender a consumidores cada vez mais exigentes, é preciso se adaptar! Em busca de uma vida saudável, muitas pessoas vêm adotando o hábito de procurar saber a procedência e garantir a qualidade dos alimentos que ingerem.
O debate sobre o consumo de produtos naturais e orgânicos traz novos desafios ao setor agrícola. Além de atender à demanda, é preciso diversificar a produção, manter-se atento ao aumento do interesse pela oferta e evitar o desperdício.
Outro fator determinante para o meio agrícola é a crescente preocupação da população com o meio ambiente, o baixo impacto das produções e o contato com o campo. Entender o que a terra dá, quando e como dá. Em suma, respeitar o tempo da natureza.
Por isso, os modelos tradicionais de produção podem não suprir mais as novas demandas. É o caso da agricultura comercial (que se destina principalmente à exportação) e da agricultura intensiva, que faz uso de grande número de insumos em todas as etapas do processo, sementes imunes a pragas, herbicidas, inseticidas etc.
Novo modelo de negócio agrícola: evoluindo com a sociedade
Com as mudanças sociais, cabe ao setor agrícola inovar, trazendo técnicas e ferramentas que façam sentido para a nova demanda e que sejam capazes de otimizar a produção, garantindo eficiência e rentabilidade aos produtores rurais.
Dentro desses novos modelos agrícolas, o CSA — Comunidade que Sustenta a Agricultura — é uma forma de agricultura apoiada e financiada previamente por uma comunidade local, e que produz de forma mais sustentável, aplicando defensivos agrícolas de forma correta.
Esse modelo, por meio de uma economia colaborativa, divide custos e tarefas e dá ao agricultor a tranquilidade de plantar e colher com a garantia de que terá compradores. Assim, os consumidores se tornam coagricultores, participando ativamente de todo o processo e mantendo contato direto com o produtor.
Aninhado no conceito de agricultura extensiva, o CSA respeita o tempo natural de plantio e colheita dos alimentos, assim como a sua sazonalidade — apesar de ter uma produtividade menor.
Além de desvincular a produção do mercado comercial, a viabilização e expansão do CSA como novo modelo agrícola reflete não apenas na saúde das pessoas, mas também na sua forma de entender a natureza, o meio ambiente e a dinâmica local.
Como usar a tecnologia a favor dos novos modelos?
Assim como a proposta de um novo modelo agrícola pode alterar a rotina de uma lavoura tradicional, algumas tecnologias também tendem a fazê-lo. Por exemplo, o uso de equipamentos autônomos que auxiliam e facilitam o trabalho humano em algumas atividades com máquinas sem cabine, guiadas por sinal de GPS e que podem ser controladas por meio de computadores ou dispositivos móveis.
Em um futuro próximo, esse tipo de ferramenta poderá reduzir a necessidade de mão de obra qualificada no campo, trazendo benefícios e aumento da produtividade até mesmo para a agricultura extensiva, da qual o trabalho humano é parte indispensável.
Ainda em relação à tecnologia, os drones ajudam a vigiar as áreas plantadas com precisão, poupando o tempo e o dinheiro dos gestores. Com eles, é possível acompanhar o desenvolvimento da plantação, demarcar regiões para novos plantios e detectar pragas, doenças e focos de incêndio.
Por meio do uso de drones, o monitoramento à distância é outra prática capaz de otimizar o desempenho rural, por meio de sistemas que dispensam a presença física de pessoas.
Outras apostas que prometem alterar a rotina nas lavouras até 2020 são:
Compromisso com a sustentabilidade
Hoje em dia, é impossível pensar positivamente no futuro sem envolver questões sustentáveis e de impacto social e comportamental na relação com o meio ambiente.
Por isso, os novos modelos agrícolas vêm com essa preocupação em todas as etapas do processo. A atenção e o cuidado com o meio ambiente vão desde o plantio até o produto final, entregue com qualidade e baixo impacto.
Crescimento do mercado de produtos rastreados
Para ser possível assegurar a boa procedência e garantir a qualidade do produto final, a união entre a automação de processos e um sistema de rastreabilidade possibilita o controle e o monitoramento do trabalho, seja nas unidades produtivas, processadoras ou já nas distribuidoras.
Fortalecimento da biotecnologia
Diante do aumento do número de consumidores preocupados com a qualidade dos produtos, é preciso criar alternativas para produzir alimentos e energia renovável preservando os recursos naturais.
E isso é possível com a ajuda da biotecnologia. Aplicada à ciência da agricultura, ela descobre novas técnicas capazes de otimizar a produção no setor agrícola e opera alinhada à sustentabilidade.
Conhecimentos do agrônomo
Muito se fala em avanços da tecnologia e máquinas que trabalham sozinhas. Mas a presença do agrônomo, o “médico da terra”, é indispensável para unir a medicina e a agricultura.
Esse trabalho é efetivado na aplicação e gestão de produtos utilizados no controle de pragas, sem prejudicar o desenvolvimento saudável das plantas.
Agricultura de precisão
Somada a todas as outras apostas citadas, a agricultura de precisão é o termo multidisciplinar que engloba as demais. Esta é a aposta que mais desperta o fascínio da tecnologia e o futuro que ela representa no setor agrícola.
Em 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao instituir a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), definiu o conceito como “um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva e que visa o aumento de retorno econômico, a sustentabilidade e a minimização do efeito ao ambiente”.
Ou seja, é um sistema que se preocupa com um resultado econômico, sustentável e ambiental.
Como o Business Model Canvas e o CSA podem contribuir para essas mudanças na produção agrícola?
Um Business Model Canvas baseia-se nos seguintes pilares: infraestrutura (incluindo parceiros, atividades e proposição de valor), clientes (relacionamentos com clientes, canais, segmentos de clientes) e financeiro (estrutura de custos e fluxos de receita). A partir desses elementos, é possível testar novas modalidades de negócios, como o CSA — Comunidade que Sustenta a Agricultura.
Para facilitar, o SEBRAE preparou um guia com foco em hortaliças, por meio do qual o produtor pode desenhar seu próprio Modelo de Negócios Sustentáveis Canvas de maneira simplificada e direta.
O CSA é um novo modelo de negócio sustentável, que une grupos de pessoas dispostas a financiar uma produção de forma a garantir ao agricultor que tudo que ele produzir será comprado por aquela comunidade.
Ou seja, é uma proposta que respeita os laços sociais e tende a mudar a cultura e o vínculo das pessoas com o meio ambiente e o produtor local. Cria-se uma relação de coagricultores entre os responsáveis pela produção e a comunidade envolvida naquele CSA. Assim, todos acompanham o processo de perto, entendem e valorizam ainda mais o trabalho do produtor.
Para atender a esse novo modelo agrícola, o mercado precisa estar alinhado a todas as tecnologias que possam favorecê-lo. É assim que a agricultura de precisão vem para ajudar. Por meio dela, a junção de tendências inovadoras e avanços tecnológicos pode tomar grandes dimensões.
Se bem trabalhadas ao lado de empresas que atuam em prol dessas novas demandas, a agricultura de precisão pode ajudar a modificar a prática de um modelo de negócio intensivo, por meio de condutas mais sustentáveis e ecológicas como o CSA, sem afetar drasticamente a produção e a rentabilidade.
Qual a sua opinião: você acredita que haverá uma grande mudança no modelo de negócio agrícola atual? Como as tecnologias vão se adaptar ao modelo CSA — Comunidade que sustenta a agricultura? Conte para a gente aqui nos comentários!
24/11/2017 às 10:19
Interessante.
01/12/2017 às 09:44
Interessante.
02/03/2018 às 14:39
Super interessante, gostei.