solo arenoso

Quer saber como aumentar a produtividade do solo arenoso?

Uma propriedade agrícola pode apresentar uma variabilidade de condições, inclusive com diferentes tipos de solo em um mesmo talhão. Para o agricultor, o solo arenoso é um dos mais desafiadores, pois tem uma capacidade menor de manter a matéria orgânica de forma estável e pouca capacidade de retenção de água, como explica Daniel Petreli, especialista em Tecnologia de Aplicação da Jacto.

Composto por 70% de areia e 15% de argila, esse tipo de solo é muito comum no Nordeste brasileiro, tendo características que afetam diretamente a produtividade do negócio.

Neste artigo, você vai entender melhor quais são as especificidades do solo arenoso para o plantio e que cuidados e decisões precisam ser tomados para melhorar os resultados na lavoura. Acompanhe e descubra!

Quais são as especificidades do solo arenoso?

O primeiro passo para obter os melhores resultados trabalhando nesse solo é entender suas características. O solo arenoso, como o nome indica, é composto, em sua maior parte, por areia (70%). Ou seja, sua textura é granulosa e leve, resultando em poros maiores entre os grãos.

Essa particularidade faz com que o ar circule mais facilmente e a água escoe rapidamente pelos poros, secando em menos tempo. Esse escoamento rápido pode fazer com que muitos sais minerais sejam facilmente levados pela água.

Podemos resumir as principais especificidades do solo arenoso nos seguintes pontos:

  • porosidade alta, elevando o consumo de água para irrigação;
  • umidade baixa;
  • pobreza em nutrientes;
  • deficiência em cálcio;
  • pH ácido.

Tal cenário eleva bastante os riscos de degradação do solo, como a erosão. Petreli acrescenta que o solo arenoso apresenta uma temperatura mais alta e que a presença de microrganismos nele difere da encontrada em solos argilosos.

Dessa forma, o impacto sobre a produtividade é muito significativo e exige que o agricultor faça um tratamento diferenciado e escolha as culturas mais adequadas.

Quais os desafios do solo arenoso para a produção agrícola?

As partículas de areia no solo arenoso, maiores e mais soltas, resultam em baixa capacidade de retenção de água, o que pode levar à rápida perda de nutrientes por lixiviação. Por isso, é um solo pobre em nutrientes.

Além disso, é deficiente em cálcio e tem um pH ácido. Esses fatores explicam porque o solo arenoso apresenta baixos níveis de matéria orgânica.

Ainda, a estrutura aberta do solo arenoso facilita a erosão, tanto pela água quanto pelo vento, carregando a camada fértil e expondo as raízes das plantas.

Apesar dos desafios, solos arenosos também têm vantagens, como boa aeração e aquecimento rápido, o que pode favorecer o desenvolvimento de algumas culturas.

Com o manejo adequado — que inclui técnicas de conservação do solo, como cobertura vegetal e plantio direto, além de práticas de adubação para reposição de nutrientes —, é possível aumentar a produtividade e garantir um melhor aproveitamento do solo.

Quais os solos arenosos no Brasil?

Comum em diversas regiões do Brasil, esse tipo de solo é mais frequente no Nordeste, no Cerrado e em áreas litorâneas. Alguns dos estados com maior ocorrência incluem:

  • Nordeste — Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.
  • Cerrado — Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal.
  • Litoral — Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santos, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Quais os tipos de solos arenosos?

É possível encontrar diferentes tipos de solos arenosos, que podem ser classificados de acordo com sua composição, textura e outras características. Essa diversidade reflete a influência de fatores como clima, relevo, material de origem e tempo de formação. Conheça!

Arenossolos

Compostos predominantemente por areia quartzosa, os Arenossolos são comuns em regiões de clima tropical e subtropical. Sua textura arenosa confere-lhes excelente drenagem, porém, limita sua capacidade de reter nutrientes, tornando-os pouco férteis.

Neossolos

Similares aos Arenossolos, os Neossolos se distinguem pela menor definição de seus horizontes, refletindo sua formação recente. Frequentemente encontrados em áreas como dunas e planícies aluviais, esses solos podem apresentar diferentes graus de desenvolvimento.

Podzólicos

Solos arenosos típicos de climas frios e úmidos, os Podzólicos se caracterizam pela presença de horizontes ácidos e lixiviados. A ação da água remove minerais e matéria orgânica, deixando para trás uma camada de areia empobrecida.

Plintossolos

Comuns em regiões tropicais, os Plintossolos se distinguem pela presença de plintitas, camadas endurecidas que se formam abaixo da superfície. Essas camadas podem restringir o crescimento das raízes e dificultar a infiltração da água.

Espodossolos

Solos arenosos que se desenvolvem em áreas de alta pluviosidade, os Espodossolos apresentam horizontes subsuperficiais ricos em alumínio e ferro. Sua acidez e baixa fertilidade limitam o desenvolvimento da vegetação.

Latossolos

Amplamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais, os Latossolos são solos arenosos com horizontes bem diferenciados, especialmente em relação ao acúmulo de argila. Sua profundidade e boa drenagem os tornam adequados para diversas atividades agrícolas.

Cambissolos

Solos com horizontes ricos em argila abaixo da superfície, os Cambissolos podem ser encontrados em diferentes climas. Sua fertilidade variável os torna adequados para diversos usos, desde a agricultura até a silvicultura.

Gleissolos

Solos arenosos típicos de áreas sujeitas a inundações, os Gleissolos apresentam horizontes superficiais escuros devido ao acúmulo de matéria orgânica. Sua umidade excessiva limita o desenvolvimento de algumas plantas, mas os torna adequados para o cultivo de arroz e outras culturas adaptadas.

Quais são as melhores culturas para esse tipo de solo?

Daniel Petreli explica que o solo arenoso apresenta condições áridas (temperatura alta e umidade baixa), o que pode acarretar atraso no plantio. Por isso, culturas adaptadas a esses ambientes são a escolha certa para implantar em sua propriedade.

No entanto, outros aspectos devem entrar nessa conta. Por exemplo, Petreli nos lembra dos solos dos Estados Unidos e da Europa, que, assim como ocorre no Sul do Brasil, “sofrem menos interferência de sol e calor”. Nesses casos, as culturas que se adaptam melhor são as de soja, milho e feijão. Entretanto, “para cada região, há pesquisas específicas para esse tipo de solo”.

Outro aspecto importante a ser considerado nessa situação é que o plantio em solo arenoso precisa de mais profundidade para encontrar umidade. Por isso, são bem-vindas culturas com melhor desenvolvimento das raízes — destacamos as cloratárias, panicum, brachiaria e gramíneas milheto. Além de terem um sistema radicular forte, produzem um grande volume de palhada, promovendo a preservação da umidade no solo.

Como a compactação do solo arenoso pode afetar a produtividade?

A compactação, causada principalmente pelo tráfego de máquinas agrícolas e pelo pisoteio de animais, pode impactar negativamente a produtividade de diversas maneiras. A pressão exercida sobre o solo reduz o espaço entre as partículas de areia, diminuindo a porosidade e a capacidade de infiltração da água.

Isso dificulta a absorção de água e nutrientes pelas raízes das plantas, que também encontram mais resistência para se desenvolverem em um solo compactado.

Como consequência, as plantas podem apresentar crescimento lento, deficiência de nutrientes, menor desenvolvimento do sistema radicular e, em casos mais graves, até mesmo a morte.

A compactação também prejudica a aeração do solo, dificultando a respiração das raízes e a atividade de microrganismos benéficos que auxiliam na ciclagem de nutrientes. Somado a isso, o solo compactado se torna mais susceptível à erosão, pois a água da chuva escoa com mais facilidade pela superfície, carregando consigo a camada fértil do solo.

Como aumentar a produtividade e a fertilidade do solo arenoso?

Para aumentar a produtividade do solo arenoso, as técnicas agrícolas são a principal ferramenta do produtor rural. Por isso, vamos considerar algumas das mais recomendadas. Muitas delas estão relacionadas à preservação da umidade e à recuperação da fertilidade do talhão.

Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF)

A integração entre as atividades agrícolas, florestais e pecuárias potencializa os resultados gerados pela sinergia entre elas. O sistema pode ocorrer em sucessão, em rotação ou consorciado. Em todo caso, o uso da terra será otimizado, evitando a abertura de novas áreas para cultivo.

Especialmente com a integração entre espécies gramíneas das pastagens e espécies leguminosas, como a soja, os resultados são promissores. É possível obter vantagens da ciclagem de nutrientes do solo e da manutenção da biodiversidade. A ideia é garantir que o solo tenha sempre uma cobertura verde.

Sistema de plantio direto

plantio direto (PD) é uma técnica para a preservação dos solos, inclusive arenosos. A ideia surgiu em 1970 como uma maneira de travar a desertificação do solo. Ao manter uma cobertura morta e com o mínimo de revolvimento da terra, o PD promove muitas vantagens, como:

  • reduz o risco de erosão;
  • aprimora os atributos biológicos e físicos do solo;
  • evita picos de temperatura;
  • eleva o teor de matéria orgânica no solo;
  • ajuda na retenção de água no solo.

Recuperação da fertilidade

Muitas vezes, os solos arenosos são associados à infertilidade. No entanto, como lembra Petreli, “em diversas regiões do país, há uma condição de solo arenoso e, nem por isso, são regiões improdutivas”. O que acontece é que esses solos são mais propensos a perder nutrição e ter baixa matéria orgânica, então isso precisa ser reposto.

Por isso, o especialista recomenda colocar mais fertilizantes, ou seja, dar mais nutrientes à terra. Também é possível contar com os fertilizantes orgânicos, que, além da nutrição, promovem a biodiversidade no solo. Outra ação é fazer calagem, para estruturar a acidez.

Adubação com a agricultura de precisão

Petreli explica que, atualmente, há grande variabilidade na agricultura. “O que temos são diversas manchas de solo. O mapa mostra que o talhão inteiro não é 100% arenoso, pois fatores como altitude e declividade influenciam suas condições”.

Essa variabilidade também provoca oscilações nos níveis de produtividade. A tecnologia de aplicação oferece hoje soluções que garantem mais precisão. Em áreas com essa variabilidade, é possível aplicar insumos de forma mais eficiente, seguindo uma prescrição adequada de adubação, fertilizantes e até pulverização. Dessa forma, todas as aplicações são otimizadas, ajustando a liberação dos produtos conforme a necessidade de cada área do talhão.

As novas tecnologias de aplicação são ferramentas que estão disponíveis para o produtor rural e podem ajudá-lo a aprimorar os resultados no solo arenoso. Além disso, as técnicas de manejo adequadas podem preservar o solo e elevar sua produtividade.

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