
Panorama completo da tecnologia blockchain no agronegócio
As pessoas tendem a colocar muito em pauta as criptomoedas. Isso ocorre na imprensa, nas redes sociais e até em conversas despretensiosas. Entretanto, outra tecnologia que surgiu desse “mundo” também tem dado o que falar: a blockchain. Um registro das informações em uma transação, a tecnologia chegou ao universo da agricultura e promete cortar custos e tornar as transações mais eficientes. Para falar mais desse panorama, das vantagens e das aplicações, elaboramos um post completo sobre a blockchain no agronegócio. Boa leitura!
O que é blockchain?
Basicamente, a blockchain é um enorme banco de dados digital. Ela permite que cada uma das suas informações seja analisada por um agente verificador, o que garante mais segurança às transações financeiras.
Naturalmente, esse modelo também proporciona que produtores rurais acompanhem todos os processos do seu negócio, da produção do alimento até a chegada aos postos de venda. Embora ainda não seja usada maciçamente no Brasil, a tecnologia tem tudo para crescer.
Isso porque os consumidores estão cada vez mais preocupados com a origem e com o processo de produção dos seus alimentos. Mas como checar essas informações de maneira confiável? Caso um agricultor consiga garantir para os seus clientes que o que ele vende tem uma boa procedência, fica em uma posição bastante confortável no mercado.
Assim, seus serviços ficam mais atrativos para as pessoas. Nesse sentido, com a blockchain, é possível compartilhar informações sobre a colheita com agências verificadoras, que certificarão a produção. Além disso, há vantagens logísticas, com menos intermediários no processo de chegada dos alimentos aos consumidores finais.
Quais as aplicações do blockchain no agronegócio?
Agora, mostraremos os modos como a blockchain pode e já tem sido usada no agronegócio.
Combate à burocracia na transferência
De acordo com a própria natureza da blockchain, que nasceu para proporcionar transações mais ágeis, a implementação dessa tecnologia no agronegócio elimina a necessidade de participação de intermediários, como bancos, revendedores e instituições financeiras.
Assim, quando a tecnologia estiver mais popularizada, será mais fácil para os produtores venderem para os seus clientes e fazerem negócios de maneira mais rápida com seus parceiros de insumos. A blockchain descentraliza a cadeia produtiva e viabiliza transações diretas, do tipo P2P (person to person, ou pessoa para pessoa).
Essa conexão direta entre consumidores e produtores reduz drasticamente os custos, beneficiando tanto quem desenvolve produtos como quem compra. Outra vantagem é que o produtor pode cortar atrasos desnecessários, uma vez que menos pessoas estarão envolvidas na transferência dos alimentos. Assim, tudo dependerá dele para que a mercadoria chegue mais rápido.
Rastreio da origem dos alimentos
Como se trata de um registro otimizado, a blockchain proporciona o rastreio e a confirmação da origem dos produtos. Além disso, fornece dados sobre a trajetória percorrida pelos alimentos, algo de suma importância para as pessoas que querem opções de boa procedência.
Com a pandemia do novo coronavírus, cresceu a busca por alternativas saudáveis. Afinal, os indivíduos tendem a adquirir hábitos mais sustentáveis para evitar novas epidemias e para cuidar da saúde pessoal.
Combate às fraudes
Com o auxílio dos chamados “contratos inteligentes”, documentos digitais que não podem ser adulterados, as partes envolvidas na compra e na venda de produtos podem detectar fraudes e problemas nos pedidos em tempo real.
Registro de processo de produção
Em uma matéria da CNN, temos um exemplo bastante interessante de como a blockchain viabiliza transações mais seguras. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou uma pesquisa com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) e também com a Usina Granelli para mapear cadeias de cana-de-açúcar.
O resultado foi o surgimento do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), uma tecnologia de registro e custódia de informações agrícolas. Com esse rastreio, as embalagens de produtos da Usina Granelli terão um selo da Embrapa para garantir a qualidade da mercadoria, e um QR Code.
Os clientes poderão ler esse QR Code e ter informações sobre a fabricação de um produto, que envolvem desde a origem de saída até a chegada aos mercados. A Embrapa ressaltou que as ações atendem aos anseios da sociedade por saber como os alimentos são cultivados e produzidos.
Registro completo da cadeia de suprimentos
A blockchain registra informações em toda a cadeia de suprimentos. Isso significa que ela não proporciona dados apenas relacionados à produção, mas também a tudo que envolve o processamento, o armazenamento e a distribuição final.
Quais são as vantagens do blockchain?
Os dados registrados nas blockchains são armazenados na rede, como se fossem um livro para ser lido — mas sem a possibilidade de que o conteúdo seja modificado. Desse modo, você obtém um registro permanente da geração, da transação e do consumo das informações, de modo que todo novo elemento a ser incluído tenha que ser validado pelas partes envolvidas.
Assim, a blockchain é um sistema robusto e à prova de fraude. Outro benefício é a conexão da tecnologia com o conceito de agricultura inteligente, que nasce da união entre o agronegócio e a Internet das Coisas. Nesse modelo, há coleta e análise de dados, assim como o uso de drones e de outros veículos aéreos não tripulados.
Contudo, há sempre a possibilidade de que todo esse aparato digital seja protegido para evitar invasões, por exemplo. Nada melhor que um sistema de segurança e gestão unificado, eficiente e automatizado. Nesse sentido, as blockchains são a solução mais indicada para garantir essa proteção.
Como a presença feminina está ganhando força no blockchain no agronegócio?
Se há uma grande presença de mulheres no campo, o mesmo pode ser dito daquelas que estão envolvidas com a blockchain e as criptomoedas. Empreendedoras, escritoras, pesquisadoras e profissionais da área de TI estão construindo teses e soluções inovadoras para deixar essa tecnologia ainda mais robusta.
Uma matéria da revista Exame mostra que muitas delas estão no Brasil, buscando formas de alcançar objetivos sustentáveis por meio das blockchains. Mas as maiores influenciadoras da área ainda são estrangeiras. Podemos destacar algumas delas:
- Primavera de Filippi, autora de “Blockchain and the Law”;
- Camila Russo, autora de “The Infinite Machine”;
- Hester Pierce, também conhecida como “Crypto Mom” (Mamãe Cripto);
- Caitlin Long, ex-senadora pelo estado de Wyoming e CEO do Custodia Bank.
Ou seja, quando falamos de influenciadores do agro, diversas mulheres estão presentes. Então, todas elas poderão trabalhar juntas para soluções cada vez mais robustas para o mercado.
Pelo que vimos neste artigo, a blockchain no agronegócio já é uma realidade e o seu uso tende a ser cada vez maior no Brasil. Afinal, somos um dos países que mais exportam mercadorias agrícolas no mundo e inovações desse tipo são muito bem-vindas
Nesse contexto, nada melhor do que tecnologia de ponta para crescer ainda mais e para que nossos produtores abracem de vez a agricultura digital. Então, aliada às soluções digitais, deve estar a adoção de práticas sustentáveis, como o sequestro de carbono.
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