Como é a representatividade das mulheres no campo?

É inegável o avanço das mulheres no campo. Embora o papel que desempenham sempre tenha sido muito importante, somente em décadas recentes elas têm conquistado o reconhecimento que merecem. Em um setor com constantes mudanças e evoluções, as mulheres exercem uma função fundamental.

Por isso, preparamos este post para apresentar dados que revelam o fortalecimento da representatividade da mulher no agronegócio e mostrar de que modo elas têm contribuído para uma grande transformação no setor. Confira!

O cenário das mulheres no campo

Apesar de terem uma grande participação do que é produzido no campo, na maior parte das vezes, as mulheres não são reconhecidas como produtoras ou donas das propriedades. Essa foi a conclusão de um estudo realizado pela Oxfam Brasil, intitulado “Terrenos da desigualdade: terra, agricultura e desigualdades no Brasil rural”.

Segundo esse levantamento, apenas 12% das terras no país possuem proprietárias mulheres. Desse percentual, 5% compreendem zonas rurais. Assim, o perfil dos donos das terras brasileiros é majoritariamente masculino.

A pesquisa revela ainda que a maior parte das mulheres proprietárias possuem terras menores que 5 hectares. Além disso, mesmo quando são produtoras que tocam a propriedade, o registro geralmente está em nome de algum homem da família, como o pai ou um irmão.

Por outro lado, quando analisamos os dados demográficos do Brasil, percebemos que há uma discrepância muito grande: mais da metade da população brasileira é formada por mulheres. Ou seja, em termos de quantidade, há igualdade de gênero, mas a representatividade da mulher do campo ainda é muito baixa, principalmente quando nos referimos a funções de gestão do negócio.

De acordo com a Pesquisa Hábitos do Produtor Rural realizada pela ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio), publicada no Estadão, 31% dos cargos de administração do empreendimento eram ocupados por mulheres em 2017. Apesar de ainda estar em desvantagem em relação aos homens, já foi um grande avanço — em 2013 eram apenas 10%.

Esses estudos apontam para uma grande mudança no cenário do trabalho rural: a representatividade da mulher do campo tem ficado cada vez mais forte. Mas que mulheres são essas e como atuam. Vejamos!

O perfil da mulher do agronegócio hoje

Nas últimas décadas, a mulher conquistou muito espaço em todos os setores da economia, e isso não foi diferente no agronegócio. As mulheres do campo já há alguns anos deixaram de ser as filhas e as esposas dos proprietários de terra para se tornar produtoras, engenheiras, agrônomas e técnicas.

Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) intitulada “Todas as Mulheres do Agronegócio” traçou o perfil dessas produtoras e o importante papel que têm desempenhado para a safra agrícola no Brasil.

Em relação ao local onde atuam:

  • 49,5% em minifúndios;
  • 26,1% em pequenas propriedades;
  • 13,5% em médias propriedades;
  • 10,9% em grandes propriedades.

Quanto ao tipo de trabalho:

  • 73% atuam dentro da fazenda;
  • 3,7% trabalham em cooperativas;
  • 3,4% no setor de insumos agrícolas;
  • 9,3% desempenham funções relacionadas ao fornecimento de serviços e produtos, comércio, governo e outros relacionados a atividades da agroindústria.

Ainda por ser um trabalho muito predominantemente realizado por homens, a maior parte das mulheres entrevistadas pela pesquisa (74,2%) afirmou ter sofrido algum tipo de preconceito. No entanto, isso não tem sido suficiente para barrar o avanço feminino no setor.

Elas participam em praticamente todas as atividades da fazenda, desde a operação de máquinas agrícolas até a administração do negócio. O fato de o trabalho rural ser muito associado à força braçal não é um impedimento para o engajamento dessas trabalhadoras. E o avanço da aplicação tecnológica no campo tem feito a diferença nesse sentido, como veremos a seguir!

As mulheres como auxílio no uso de novas tecnologias 

Com a ampliação do uso da tecnologia da informação — como a agricultura de precisão — e da mecanização nas atividades rurais, o trabalho no campo deixou de necessitar estritamente da força física. Dessa forma, as mulheres assumem cada vez mais cargos e funções dentro da fazenda.

Na verdade, o avanço acadêmico delas chega a ser superior ao dos homens: cerca de 1 em cada 4 mulheres tem formação superior, contra 1 em cada 5 homens, segundo Ricardo Nicodemos, coordenador da pesquisa da ABMRA citada anteriormente.

A tecnologia e a aplicação das novas técnicas de plantio e manejo tornaram o trabalho do campo mais estratégico, com apelo maior ao planejamento em vez de ser um trabalho puramente braçal.

Nesse contexto, têm sido as mulheres aqueles profissionais que mais buscam conhecimento e aperfeiçoamento. Além disso, elas estão mais abertas à inovação a fim de aprimorar os resultados do negócio. Por exemplo, em uma pesquisa realizada pela Abag, 60% das mulheres entrevistadas tinham escolaridade em nível superior — isso numa época em que é cada vez mais difícil encontrar mão de obra qualificada no campo.

Essa tecnologia está tanto presente na gestão do agronegócio, como também na implementação de máquinas agrícolas que reduzem a necessidade de força física. Esses avanços atraem cada vez mais mulheres, que acabam também fomentando o desenvolvimento do setor.

As perspectivas para o futuro 

Ao passo que anos atrás muitas mulheres recebiam a sucessão das propriedades e do negócio, sendo praticamente obrigadas a assumir o negócio, isso já tem mudado. Nesse novo cenário de evolução tecnológica no campo e com a ascensão de um novo modelo de negócio agrícola, o setor chama cada vez mais a atenção das novas gerações de mulheres no campo.

Elas saem da zona rural em busca de maior aperfeiçoamento e qualificação, e voltam para agregar maior valor, modernidade e rentabilidade ao negócio.

Além disso, iniciativas que incentivam a participação das mulheres no campo não param de surgir. Por exemplo, o portal Mulheres em Campo, criado em 2015, foi o primeiro site feito com o objetivo de fomentar a participação da mulher no agronegócio como líder e empreendedora. A ideia do projeto é compartilhar conhecimentos e apresentar casos de sucesso de liderança e empreendedorismo rural feminino.

É claro, ainda há um longo caminho a percorrer para as mulheres no campo conquistarem a igualdade. No entanto, os dados apresentados nesse artigo provam que essa é uma realidade cada vez mais próxima. A representatividade feminina no agronegócio se fortalece a cada dia e tem trazido benefícios em todas as etapas do ciclo produtivo.

Quer contribuir para fomentar essa discussão? Então compartilhe este post nas redes sociais e contribua para fortalecer a imagem das mulheres no agronegócio!

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6 Comentários

  1. parabens o nosso pais precisa muito da ajuda das mulheres

    1. José, obrigado por nos acompanhar por aqui e no campo.
      Abraço!

  2. tenho muito orgulho de uma mulher do AGRO, a 28 anos trabalho com revenda de maquinas agrícola, hoje tenho meu próprio negocio.
    acredito temos muito aprender e ajudar nosso Pais.

    1. Erosaine, nós da JACTO temos muito orgulho dessa nossa parceria e reiteramos os nossos votos de sucesso e prosperidade nessa nova etapa.
      Conte sempre conosco
      Até mais.

  3. somos classe de lutadoras em todos os setores…(mulher)

    1. Hélita,
      Você disse tudo, a luta da mulher em todos os setores tem sido um exemplo para a sociedade.
      Conte sempre conosco.
      Até mais.

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