El Niño e La Niña: saiba como acontecem esses fenômenos climáticos

Os fenômenos climáticos El Niño e La Niña podem até se confundir na cabeça da maioria das pessoas, mas exigem atenção especial dos produtores rurais brasileiros. Afinal, eles influenciam a quantidade de chuvas, os períodos de estiagem e o manejo das lavouras.

Contudo, quais são as diferenças entre eles? E as similaridades? Quando ocorrem? Neste post, falaremos sobre os dois fenômenos e as suas consequências para a agricultura nacional. Boa leitura!

O que é El Niño?

É um fenômeno climático global — isto é, de grandes proporções — que gera um aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. O nome, em espanhol, pode ser traduzido como “O Menino” e foi criado pelo costume de pescadores peruanos que observavam as mudanças por volta do Natal.

O El Niño foi dos principais responsáveis pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024, causando diversos prejuízos ao estado do Sul do brasileiro.

O que é La Niña?

Se o El Niño é “O Menino”, La Niña é “A Menina”. Esse fenômeno ocorre quando as águas da superfície do Oceano Pacífico ficam mais frias do que o normal.

O aquecimento nas águas também gera uma redução temporária da temperatura nas áreas atingidas, além de alterações na circulação atmosférica, influenciando ventos, chuvas e a pressão.

Quais são as diferenças e semelhanças entre esses fenômenos?

O El Niño, assim como a La Niña, gera alterações nos padrões de transporte de umidade entre as regiões. Assim, eles influenciam a distribuição das chuvas em diversas partes do mundo, Brasil incluído.

As diferenças podem ser resumidas assim:

  • o El Niño gera aquecimento das águas do oceano Pacífico em 0,5ºC ou mais. Quando ele chega, costumam ocorrer chuvas fortes no Sul do Brasil e secas na região Norte;
  • já o fenômeno La Niña é praticamente o contrário: ele acontece quando a temperatura do oceano Pacífico se encontra ao menos 0,5ºC abaixo da média histórica. Como resultado, temos chuvas fortes no Norte e Nordeste e secas no Sul do Brasil. 

Já as similaridades são as seguintes:

  • os dois fenômenos tendem a se desenvolver entre abril e junho;
  • atingem o auge entre outubro e fevereiro;
  • duram entre 9 e 12 meses;
  • podem persistir por até 2 anos, aproximadamente;
  • reaparecem em intervalos de 2 a 7 anos.

Quais os efeitos do fenômeno El Niño para a agricultura?

Na agricultura, o El Niño pode gerar períodos prolongados de seca — principalmente na região Norte do Brasil. A falta de chuva diminui a disponibilidade água para irrigação, o que afeta negativamente o crescimento das culturas.

Com isso, a produtividade pode cair. Por outro lado, outras áreas podem sofrer com chuvas intensas e inundações, como os eventos que atingiram o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024.

Uma curiosidade é que o El Niño de 2023 e 2024 foi considerado, por muitos especialistas, como um Super El Niño, por conta da intensidade e extensão do fenômeno.

Quais os efeitos do fenômeno La Niña para a agricultura?

No Brasil, o fenômeno tende a gerar secas nas regiões Sul — e, consequentemente, perdas na produtividade agrícola. Culturas que sofrem mais com a falta de água, como o milho, a soja, o feijão e a cana-de-açúcar, são as candidatas a principais vítimas.

Já em outras partes do mundo, La Niña pode gerar inundações e alagamentos, dificultando o plantio e a colheita e danificando culturas. Contudo, nem todos os seus efeitos são negativos: o resfriamento das águas atrai a fauna marinha. Portanto, pode ser benéfico para um setor como a pesca.

Qual é a previsão para 2025?

De acordo com previsões da OMM (Organização Meteorológica Mundial), há uma probabilidade de 55% de que o fenômeno La Niña ocorra entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

No entanto, espera-se que o evento seja fraco e de curta duração, retornando às condições neutras entre fevereiro e abril de 2025. Não há previsão de El Niño para os primeiros meses do ano, mas o verão promete ser um dos mais quentes da história, com muita chuva.

Quais as chances de incidência de mosca branca?

No Brasil, especialmente nos estados mais centrais, o fenômeno El Niño tem contribuído para gerar um ambiente mais quente e seco. Essas são as condições ideais para o surgimento e a proliferação da mosca branca.

Ainda que a previsão dos primeiros meses de 2025 aponte para condições neutras, sem a incidência dos dois fenômenos, a temperatura provavelmente estará bem elevada, como vimos. Isso acelera o ciclo de vida dessa praga e torna o controle mais complicado.

Como prevenir lavouras contra as moscas brancas?

A mosca branca causa danos e perda na colheita em mais de 600 espécies como algodão, feijão e soja. Como ela também ataca plantas daninhas, a praga pode sobreviver no período de entressafra.

Uma das maneiras de combater o problema é adotar algumas práticas típicas do modelo conhecido como Manejo Integrado de Pragas (MIP). Conheça alguns cuidados que você deve implementar:

  • seleção e preparo da área de plantio — evite áreas próximas a cultivos que já estejam sendo atacados pela mosca branca. Uma boa ideia é destruir plantas hospedeiras para reduzir a fonte de infestação;
  • monitoramento e identificação — adote o hábito de realizar inspeções regulares, desde o início do cultivo. Também é importante usar armadilhas adesivas amarelas para a detecção precoce da mosca branca e identificar o biótipo da praga existente, de modo a aderir ao tratamento mais adequado;
  • foco no terço médio das plantas — nessa área, a infestação é mais comum;
  • diversificação das estratégias e combate — integre práticas de controle cultural, como a rotação de culturas, ao controle biológico e químico. Assim, você adota diferentes frentes de ataque à praga, que pode se tornar resistente a determinados defensivos agrícolas. Considere aplicar produtos com múltiplos ingredientes ativos para realizar um manejo eficiente e sustentável.

Na hora de escolher os defensivos agrícolas, priorize opções que sejam capazes de atingir e controlar as ninfas. Esse é o estado de um inseto que ainda passa por metamorfose entre a larva e a fase adulta. Elas geralmente se localizam nas partes inferior e no meio das plantas, o que complica o alcance do produto após o fechamento das entrelinhas.

Como vimos no artigo, os fenômenos El Niño e La Niña geram diversas consequências para a agricultura brasileira. Um exemplo disso é a infestação de moscas brancas, que ocorre geralmente em períodos de calor intenso. Portanto, é importante que os produtores se mantenham atentos sobre a ocorrência dos dois eventos climáticos.

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